27 de agosto é comemorado o dia do Psicólogo.
O psicólogo é o profissional de saúde mental que pode trabalhar em diversos segmentos, como: na saúde pública (SUS), em hospitais gerais e psiquiátricos, na psicologia do trabalho, do esporte, do trânsito. As abordagens podem ser contraditórias e divergentes, mas todas têm sua prática sustentada em algum campo de conhecimento teórico e técnico fundamentados científica e eticamente com o objetivo de promover a saúde mental e propiciar condições para o enfrentamento de conflitos ou transtornos psíquicos.
É importante marcar aqui que a saúde mental é algo complexo, que não deve ser “explicada” por uma única frente de causa e efeito. Perguntas são mais interessantes do que respostas.
Vivemos numa sociedade cuja forma de vida tem como base o capitalismo e o neoliberalismo. Independente da abordagem do profissional, o psicólogo precisa estar advertido de que o sofrimento mental tem muitas frentes responsáveis; ela é complexa e nunca é meramente pontual*. Ou seja, há uma parcela de responsabilidade política, social e cultural que pode gerar grande sofrimento mental. Sim, há também a parcela individual de cada sujeito, mas ela pode ser mais ou menos relevante quando se trata do caso a caso.
O psicólogo “está aí” em determinado segmento da profissão e é importante que ele(a) saiba até onde pode implicar a responsabilidade individual de cada um, quais são os limites do caso e quais são os limites que ele deve reconhecer a fim de contorná-los em sua prática, seja ela qual for.
Todos, de alguma forma e em alguma medida, produzimos conhecimento, pesquisas e saberes sobre de que é (e)feito o sofrimento humano. Boas perguntas devem ser feitas: até onde e o quanto podemos responsabilizar quem ou o quê? O que devemos visar numa intervenção e por quê?
Que possamos comemorar esse dia lembrando que a profissão de Psicólogo(a)(e) ainda tem muitos territórios a serem conquistados e ainda há muito a ser valorizado, reconhecido e direcionado a nós. Continuemos a ler as notícias, a acompanhar decisões políticas que tocam nesse lugar. Informação e coletivização também podem ajudar – e muito – a saúde mental, até mesmo a do próprio psicólogo!
Fontes:
Código de Ética / CFP:
https://www.crpsp.org/uploads/legislacao/251770/KTVd7G3Epoe2TKRghJvk-5MUN1_xcLm5.pdf
Depressão não tem relação direta com níveis de serotonina.
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2022/07/depressao-nao-tem-relacao-direta-com-baixos-niveis-de-serotonina-diz-pesquisa.shtml