A pandemia está afetando os sonhos dos brasileiros, revela estudo.

O sonhos têm sido mais vívidos, mais reais e as pessoas acordam cansadas. Esta é uma constatação de um estudo que está sendo desenvolvido por um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e que tem como ponto de partida relatos de usuários na rede social Instagram.

Este inédito estudo brasileiro busca criar uma mapa dos sonhos dos brasileiros durante a pandemia do coronavírus e compreender como estamos lidando com a angústia gerada pelo confinamento forçado, sob o ponto de vista psicológico.

Primeiro, foi notado um crescimento no interesse sobre os sonhos. Nas redes sociais, o assunto acabou ganhando uma dimensão não esperada. A partir disso, e com a inspiração dos livros “A Interpretação dos Sonhos” de Sigmund Freud e “Sonhos no Terceiro Reich” de Charlotte Beradt, que o grupo de pesquisadores passou a se envolver com o tema da função coletiva do sonhos.

Dentre outras maneiras, os pesquisadores estão colhendo relatos de sonhos que aconteceram durante a quarentena no Instagram. Entre as constatações iniciais, está o aparecimento de sonhos de fuga, perda,  perseguição, intrusão e vulnerabilidade por conta do isolamento social. Muitos sonhos se referem aos lugares de origem de quem relata, a cidade natal, a casa da infância; muitos trazem temas de perdas, seja de objetos, da memória, de se perderem em algum lugar, de não reconhecer as pessoas ou a si mesmo. Também estão presentes os sentimentos de medo, horror, nojo, susto segundo pesquisadora Miriam D. Rosa, que participa do estudo. Ainda de acordo com Miriam, o estudo também revela que as pessoas parecem estar mais atentas à sua vida onírica e, inclusive, sonhando mais ou lembrando mais de seus sonhos.

A utilidade do estudo está indo além das análises, está servindo de ajuda aos seus narradores. Em um processo de elaboração, quando alguém relata o que sonhou, esboça-se uma tentativa de criar algum sentido para algum nonsense que vivemos atualmente.

“É cedo para falar em resultados e tampouco em conclusão”, explica Mírian. Mas, eventualmente, as descobertas podem servir para traçar estratégias para enfrentar esse grande desafio do nosso tempo.

Fonte: BBC brasil

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